“O Dom mais precioso é o Amor”
Amor se traduz por afeição, caridade, compaixão, benevolência,
benefício concedido, boa-vontade.
Deus é o autor e a fonte máxima do Amor, sendo o Amor em si
mesmo. Jesus Cristo, como Filho de Deus, sempre foi objeto de um amor peculiar
do Pai, pois sempre existiu com o Pai, não tendo princípio de dias, sendo
eterno.
Deus, provando o seu amor à humanidade, enviou ao mundo quem
mais amava, Jesus Cristo, mostrando através da ação seu sentimento: “Porque
Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo
aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3.16).
Cristo, por sua vez, se deu a si mesmo, sendo submisso ao
Pai, obediente até a morte, e morte de cruz, também mostrando seu amor pela
humanidade através da ação de se entregar, para resgate das almas fadadas à
perdição.
Jesus Cristo disse que toda a lei e os profetas (toda
escritura, a Bíblia Sagrada), dependem de dois mandamentos: “Amarás o Senhor,
teu Deus, de todo o coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento.
[…] E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo”
(Mt 22.37-40).
Paulo nos exorta a amarmos, quando escreve em Cl 3.14 “E,
sobre tudo isto, revesti-vos de amor, que é o vínculo da perfeição”.
Quanto mais amarmos, com o amor de Cristo, mais nossa vida
será um resplendor do Mestre, tendo os nossos corações compungidos a agir
sempre em amor, como em atos de gratidão ao amor com que Ele nos amou.
“Toda boa dádiva e todo dom perfeito vêm do alto, descendo
do Pai das luzes, em quem não há mudança, nem sombra de variação” (Tg 1.17).
Todos os homens possuem os dons naturais, dados por Jesus
Cristo: “Tu subiste ao alto, levaste cativo o cativeiro, recebeste dons para os
homens e até para os rebeldes, para que o Senhor Deus habitasse entre eles” (Sl
68.18).
Paulo em 1 Cor 12, apresenta muitos dons que os homens podem
obter da parte de Deus, e versa a respeito de diversos dons espirituais; mas ao
falar do Amor, no capítulo 13, o chama de “caminho mais excelente”. Que caminho
é este? Jesus disse: “Eu sou o Caminho, a Verdade, e a Vida”. Logo, este
caminho mais excelente, O Amor, é o próprio Cristo em nós, pois Deus é Amor.
Portanto, o Amor não é uma simples vocação, mas uma
“atitude” em Cristo, correspondente a uma exigência de Deus, pautado na
obediência; os dons não são suficientes para a salvação, pois se exteriorizam
como aptidões naturais ou espirituais, e “porque os dons e a vocação de Deus
são sem arrependimento” (Rm 11.29); já o amor, é necessário para a salvação,
sendo uma das 09 facetas do “fruto” do Espírito (Gl 5.22), e uma transmissão da
vontade de Deus através do ser humano, tendo como principal fundamento o
“relacionamento”.
Podemos então correlacionar o “Amor” ao “Dom” peculiar de
Deus somente através da pessoa de Cristo, e não a tendências individuais
instintivas.
Dom é dádiva, e a dádiva maior de Deus aos homens é Cristo;
desta forma, obter o Dom do Amor não é obter um “talento”, mas é obter a
própria pessoa de Cristo em nossas vidas, e somente através de um
relacionamento com Ele, poderemos agir em Amor, sendo que o próprio Jesus
Cristo disse: “… porque sem mim nada podereis fazer” (Jo 15.5)!
“O Dom mais precioso é o Amor”. O Dom mais precioso é
Cristo.
Autor: Ernesto G. Iasulaitis (Professor de Teologia da Faculdade
Evangélica de São Paulo)
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