2Cr 5.1 “Assim, se acabou toda a obra que Salomão fez
para a Casa do SENHOR; então, trouxe Salomão as coisas consagradas de Davi, seu
pai; a prata, e o ouro, e todos os utensílios, e pô-los entre os tesouros da
Casa de Deus”.
HISTÓRIA DO TEMPLO
(1) O precursor do templo foi o Tabernáculo, a tenda
construída pelos israelitas enquanto acampados no deserto, junto ao monte Sinai
(Êx 25—27; 30; 36—38; 39.32—40.33). Ap ós
entrarem na terra prometida de Canaã, conservaram esse santuário móvel até os
tempos do rei Salomão. Durante os primeiros anos do reinado deste, ele
contratou milhares de pessoas para trabalharem na construção do templo do
Senhor (1Rs 5.13-18). No quarto ano do seu reinado, foram postos os alicerces; sete
anos mais tarde, o templo foi terminado (1Rs 6.37,38). O culto ao Senhor, e, especialmente,
os sacrifícios oferecidos a Ele, tinham agora um lugar preciso na cidade de
Jerusalém.
(2) Durante a monarquia, o templo passou por vários
ciclos de profanação e restauração. Foi saqueado por Sisaque do Egito durante o
reinado de Roboão (12.9) e foi restaurado pelo rei Asa (15.8, 18). Depois
doutro período de idolatria e de declínio espiritual, o rei Josias fez os
reparos na Casa do Senhor (24.4-14). Posteriormente, o rei Acaz removeu parte
dos ornamentos do templo, enviou-os ao rei da Assíria como meio de
apaziguamento político e cerrou as portas do templo (28.21, 24). Seu filho, Ezequias,
voltou a abrir, consertar e purificar o templo (29.1-19), mas esse foi
profanado de novo pelo seu herdeiro, Manassés (33.1-7). O neto de Manassés, Josias,
foi o último rei de Judá que fez reparos no templo (34.1, 8-13). A idolatria
continuou entre seus sucessores, e finalmente Deus permitiu que o rei
Nabucodonosor de Babilônia destruísse totalmente o templo em 586 a .C. (2Rs 25.13-17; 2Cr 36.18,19).
(3) Cinqüenta anos mais tarde, o rei Ciro autorizou o
regresso dos judeus de Babilônia para a Palestina e a reconstrução do templo (Ed
1.1-4). Zorobabel dirigiu as obras da reconstrução (Ed 3.8), mas sob a oposição
dos habitantes daquela região (Ed 4.1-4). Depois de uma pausa de dez ou mais
anos, o povo foi autorizado a reiniciar as obras (Ed 4.24—5.2), e em breve o
templo foi completado e dedicado (Ed 6.14-18). No início da era do NT, o rei
Herodes investiu muito tempo e dinheiro na reconstrução e embelezamento de um
segundo templo (Jo 2.20). Foi este o templo que Jesus purificou em duas
ocasiões (ver Mt 21.12,13; Jo 2.13-21). Em 70 d.C., no entanto, depois de
freqüentes rebeliões dos judeus contra as autoridades romanas, o templo e a
cidade de Jerusalém, foram mais uma vez arrasados, ficando em ruínas.
O SIGNIFICADO DO TEMPLO PARA OS ISRAELITAS
Sob muitos
aspectos, o templo tinha o mesmo significado para os israelitas que a cidade de
Jerusalém. (1) Simbolizava a presença e a
proteção do Senhor Deus entre o seu povo (cf. Êx 25.8; 29.43-46). Quando ele
foi dedicado, Deus desceu do céu e o encheu da sua glória (7.1,2; cf. Êx 40.34-38),
e prometeu que poria o seu Nome ali (6.20, 33). Por isso, quando o povo de Deus
queria orar ao Senhor, podia fazê-lo, voltado em direção ao templo (6.24, 26, 29,
32), e Deus o ouviria “desde o seu templo” (Sl 18.6). (2) O templo também
representava a redenção de Deus para com o seu povo. Dois atos importantes
tinham lugar ali: os sacrifícios diários pelo pecado, no altar de bronze, (cf. Nm
28.1-8; 2Cr 4.1) e o Dia da Expiação quando, então, o sumo sacerdote entrava no
lugar santíssimo a fim de aspergir sangue no propiciatório sobre a arca para expiar
os pecados do povo (cf. Lv 16; 1Rs 6.19-28; 8.6-9; 1Cr 28.11). Essas cerimônias
do templo relembravam aos israelitas o alto preço da sua redenção e
reconciliação com Deus. (3) Em tempo algum da história do povo de Deus, houve
mais de uma morada física ou habitação de Deus. Isso demonstrava que há um só
Deus — o Senhor Jeová, o Deus dos israelitas, segundo o concerto. (4) Todavia, o
templo não oferecia nenhuma garantia absoluta da presença de Deus; simbolizava
a presença de Deus somente enquanto o povo rejeitasse todos os demais deuses e
obedecesse à santa lei de Deus. Miquéias, por exemplo, verberava contra os
lideres do povo de Deus, por sua violência e materialismo, os quais ao mesmo
tempo, sentiam-se seguros de que nenhum mal lhes sobreviria enquanto possuíssem
o símbolo da presença de Deus entre eles: o templo (Mq 3.9-12); profetizou que
Deus os castigaria com a destruição de Jerusalém e do seu templo. Posteriormente,
Jeremias repreendeu os idólatras de Judá, porque se consolavam mediante a constante
repetição das palavras: “Templo do SENHOR, templo do SENHOR, templo do SENHOR é
este” (Jr 7.2-4, 8-12). Por causa de sua conduta ímpia, Deus destruiria o
símbolo da sua presença — o templo (Jr 7.14,15). Deus até mesmo disse a
Jeremias que não adiantava ele orar por Judá, porque Ele não o atenderia (Jr 7.16).
A única esperança deles era endireitar os seus caminhos (Jr 7.5-7).
O SIGNIFICADO DO TEMPLO PARA A IGREJA CRISTÃ
A
importância do templo no NT deve ser considerada no contexto daquilo que o templo
simbolizava no AT.
(1) O próprio Jesus, assim como os profetas do AT, censurou
o uso indevido do templo. Seu primeiro grande ato público (Jo 2.13-17) e o seu
último (Mt 21.12,13) foram expulsar do templo aqueles que estavam pervertendo o
seu verdadeiro propósito espiritual (ver Lc 19.45 nota). Passou a predizer o
dia em que o templo seria completamente destruído (Mt 24.1,2; Mc 13.1,2; Lc 21.5,6).
(2) A igreja primitiva em Jerusalém estava
freqüentemente no templo à hora da oração (At 2.46; 3.1; 5.21, 42). Assim
faziam segundo o costume, sabendo, contudo, que esse não era o único lugar onde
os crentes podiam orar (ver At 4.23-31). Estêvão, e posteriormente Paulo, testemunharam
que o Deus vivo não poderia ser confinado a um templo feito por mãos humanas (At
7.48-50; 17.24).
(3) A ênfase do culto, para os cristãos, transferiu-se
do templo para o próprio Jesus Cris to.
É Ele, e não o templo, quem agora representa a presença de Deus entre o seu
povo. Ele é o Verbo de Deus que se fez carne (Jo 1.14), e nEle habita toda a
plenitude de Deus (Cl 2.9). O próprio Jesus declara ser Ele o próprio templo (Jo
2.19-22). Mediante o seu sacrifício na cruz, Ele cumpriu todos os sacrifícios
que eram oferecidos no templo (cf. Hb 9.1—10.18).
Note também que na sua fala à mulher samaritana, Jesus
declarou que a adoração dentro em breve seria realizada, não num prédio
específico, mas “em espírito e em verdade”, i.e., onde as pessoas
verdadeiramente cressem na verdade da Palavra de Deus e recebessem o Espírito
de Deus por meio de Cris to (ver Jo 4.23
nota).
(4) Posto que Jesus Cris to
personificou em si mesmo o significado do templo, e posto que a igreja é o seu
corpo (Rm12.5; 1Co 12.12-27; Ef 1.22,23; Cl 1.18), ela é denominada “o templo
de Deus”, onde habita Cris to e o seu
Espírito (1Co 3.16; 2 Co 6.16; cf. Ef 2.21,22). Mediante o seu Espírito, Cris to habita na sua igreja, e requer que o seu
corpo seja santo. Assim como no AT, Deus não tolerava qualquer profanação do
seu templo, assim também Ele promete que destruirá quem destruir a sua igreja (ver
1Cr 3.16,17 nota), para exemplos de corrupção e destruição da igreja por
pessoas.
(5) O Espírito Santo não somente habita na igreja, mas
também no crente individualmente como seu templo (1Co 6.19). Daí, a Bíblia
advertir enfaticamente contra qualquer contaminação do corpo humano por
imoralidade ou impureza (ver 1Co 6.18,19 notas).
(6) Finalmente, note que não há necessidade de um
templo na nova Jerusalém (AP 21.22). A razão disso é evidente. O templo era
apenas um símbolo da presença de Deus entre o seu povo, e não a plena realidade.
Portanto, o templo não será necessário quando Deus e o Cordeiro estiverem
habitando entre o seu povo: “o seu templo é o Senhor, Deus Todo-poderoso, e o
Cordeiro” (Ap 21.22).
Fonte: Biblia de Estudos Pentecostal
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ResponderExcluirFraternalmente em Cristo,
Ângelo S. Monteiro
Soli Deo Gloria